Resistência coletiva - Cendhec realiza oficina de proteção a defensoras(es) dos direitos humanos
A articulação foi um desdobramento da Oficina "Semeando Afetos" realizada em abril de 2022, idealizada pelo projeto Sementes de Proteção.
Nos dias 5, 6 e 7 deste mês, defensores e militantes do Movimento Negro Unificado, da sigla LBGTQIA, do Direito à Cidade e à moradia adequada, do comércio informal do Recife e marisqueiras do Estado, participaram de oficina Rede de Proteção Popular às Defensoras(es) de Direitos Humanos, no assentamento Normandia, em Caruaru.
Intermediada pelo advogado e coordenador do programa Direito à Cidade, Luis Emmanuel, e Eleonora Pereira, do movimento Mães pela Igualdade, a formação foi um fortalecimento da rede, além da apresentação da metodologia da proteção popular de ativistas que atuam junto à sociedade civil.
O primeiro dia de encontro, teve enfoque no autocuidado do defensor e defensora dos direitos humanos. O segundo dia abordou a metodologia, portanto, houve um estudo do contexto dos ativistas, dos riscos de vulnerabilidades e construção de plano de proteção, diante de ameaças das quais são alvos. Por fim, o terceiro dia foi dedicado à construção de encaminhamentos, para a partir deles elaborar uma carta manifesto das entidades atuantes da rede popular de proteção à defesa dos direitos humanos.
Ao final da formação, como ato simbólico ao Sementes de Proteção, houve o plantio de árvores no assentamento, em alusão, também, ao trabalho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que pretende plantar 15 milhões de árvores como forma de reverter a realidade social e ambiental.
No dia 24 de agosto, como resultado da articulação, as organizações decidirão, em conjunto, em reunião no CENDHEC, o conteúdo da carta de manifesto. Além disso, há o planejamento de visitas a Tracunhaém, a Carne de Vaca e a Ribeirão, com o intuito de debater e estudar as possibilidades de proteção a serem desenvolvidas nos locais.
Luis Emmanuel ressalta que diante das circunstâncias violentas e de ameaças que defensoras e defensores dos direitos humanos têm vivenciado, atuar individualmente eleva o risco de ataques. "Tivemos um grupo bem diversificado para os quais a gente dirigiu essa formação. [...] Mais do que nunca a articulação e o trabalho coletivo tem sido visto como necessário para que o Movimento Nacional de Direitos Humanos em Pernambuco (MNDH-PE) seja retomado", comenta o advogado do CENDHEC.
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