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Referência e exemplo: quem foi Tereza de Benguela?

25 de julho é considerado o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, também é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.


Tereza de Benguela, líder de quilombo, marcou a história como Rainha Tereza. Foto: Reprodução/Internet

As mulheres negras sempre estiveram na linha de frente. Enfrentaram e enfrentam a opressão, o patriarcado, o racismo e o machismo por carregar na pele a melanina e a ancestralidade. Por mais que muitas tenham sido fundamentais para inúmeras revoluções aqui, em solo brasileiro, e em todo o planeta, diversas histórias foram esquecidas por um país que tende a negar tudo o que não se encaixa na branquitude. Hoje, devido às inquietações delas, e todos os terremotos que causam, é possível rememorar algumas das várias vozes por justiça.


Neste 25 de julho, data em que celebramos o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha, relembramos a vida de Tereza de Benguela, ou melhor, da Rainha Tereza, que teve a comemoração instaurada pela Lei brasileira n° 12.987/2014, sancionada pela primeira presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.


Em tempos de escravidão, ela liderou o Quilombo de Quariterê, no atual estado do Mato Grosso, após o assassinato de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados na segunda metade do século XVIII. Por 20 anos ela resistiu ao sistema escravocrata, cultivando alimentos e algodão com a sua comunidade e fazendo a manutenção de um modelo político. Assim como Piolho, Tereza foi capturada, cortaram a sua cabeça e hastearam em um poste, no alto do quilombo, para que servisse de “exemplo”.


E serviu, mas não do jeito que os algozes esperavam. O legado da luta pela liberdade negra não morreu com a Rainha Tereza. Pelo contrário, ela tornou-se motivo para continuação da resistência do quilombo e das memórias das mulheres pretas.


Atualmente, ainda evidenciamos a luta de diversas Terezas. O cenário brasileiro é de cicatrizes. A perpetuação da lógica escravagista que faz com que muitas delas precisem se levantar, diariamente, pela possibilidade de uma vida digna.


Segundo o Atlas da Violência de 2021, a chance de uma pessoa negra ser assassinada é 2,6 vezes acima da pessoa não branca, representando 77% das vítimas de homicídio no Brasil. Publicada em outubro de 2021, a quinta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles indicou uma “grande disparidade na distribuição dos rendimentos”: para a população branca, o valor chega em torno de R$ 2.000; já a população negra ganha, em média, R$ 1.000.


O abismo racial reflete, principalmente, nas mulheres. Em um recorte de gênero, o estudo exclusivo do Made/USP, divulgado em dezembro de 2021, aponta que 705 mil homens brancos ganham mais do que todas as 33 milhões de mulheres negras adultas do Brasil. Elas são também as que contam com as menores taxas em escolaridade e as maiores vítimas de violências domésticas e sexuais.


Mas a memória de Dandara, Aqualtune, Esperança Garcia, Adelina, Luíza Mahin e diversas outras mulheres, reacende a esperança de, assim como Tereza de Benguela, revolucionar a estrutura política, econômica e administrativa do seu espaço. A rainha é exemplo, ainda hoje, para todas as que não se aquietam, as que querem romper com as amarras impostas, que se levantam contra o silêncio e o esquecimento.


Elas continuam se movendo


Mulheres negras criam, produzem, revolucionam e comunicam. Há 1 ano, o Cendhec colocava no ar o Afrontosas, plataforma que integra as ações do projeto Na Trilha da Educação. Gênero e políticas públicas para meninas, iniciativa apoiada pelo Fundo Malala. Para comemorar a criação do site, dedicado a noticiar temas relevantes para meninas e mulheres, vamos realizar uma roda de conversa. O encontro acontece direto da sede da Caranguejo Uçá com o tema: "Comunicação para revolução: Gênero e raça em pauta".


Contaremos com as participações de Flora Rodrigues, da Rede Tumulto, Martihene Oliveira, do Sargento Perifa, e Kássia Kethilyn, integrante do programa Ciranda das Mulheres, Caranguejo Uçá. Haverá ainda a participação da pedagoga do Cendhec e ativista pela Educação Fundo Malala, Paula Ferreira. A mediação é da jornalista e comunicadora do Cendhec, Lenne Ferreira.


O evento terá transmissão ao vivo pelo canal Portal Afrontosas no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCL0O1-yal_b32EGTvaCqj_g



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