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Por que milhões de pessoas passam fome no país que produz toneladas de alimentos?

  • Foto do escritor: Cendhec
    Cendhec
  • 30 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

A conta não fecha. Ao mesmo tempo em que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, 19 milhões de brasileiros estão passando fome, de acordo com dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). Por que um país que exporta tantos alimentos deixa a sua população morrer de fome?


A verdade é que grande parte das atividades econômicas se concentram em 10% da população (IBGE), o que ocasiona essa disparidade de renda. Além disso, com os constantes ataques à agricultura familiar, o governo federal dificulta o acesso às melhorias públicas para esse grupo.


Como consequência da inflação e dos altos preços, a prioridade são alimentos ultraprocessados que possuem um valor mais acessível, e que acabaram substituindo as comidas saudáveis.


O enaltecimento do agronegócio, com a fundida ideia de que é “pop, tech e tudo”, não divulga a exploração demasiada do ambiente causada por esse setor e que aflige diversos impactos ambientais, como o desmatamento, a perda da biodiversidade, as mudanças climáticas, a contaminação e erosão do solo e o esgotamento de nutrientes.


As técnicas de cultivo que priorizam o lucro, e não o meio ambiente, aceleram os desastres naturais. Aliado a esses fatores, tem-se o uso excessivo de agrotóxicos. Portanto, o alimento que (quando é possível) chega nas mesas dos lares brasileiros, não é 100% saudável.


GOVERNO E AS (DES)POLÍTICAS DE MEIO AMBIENTE


As ideias do governo federal evidenciam o desmonte na política pública ambiental. Associado à bancada ruralista no Congresso Nacional que pressiona para que a proteção ambiental seja flexibilizada, a preservação do ecossistema fica em segundo plano, quando muito.


No início de novembro deste ano, aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 26), em Glasgow, na Escócia. O Presidente Bolsonaro participou do evento, no entanto, as informações apresentadas não dialogam com a realidade brasileira.


“Brasil é parte da solução do clima e não do problema. Os resultados alcançados por nosso país até 2020 demonstram que podemos ser ainda mais ambiciosos”, disse Bolsonaro. Ambicioso para quem, presidente?



IMPORTÂNCIA DA DISCUSSÃO AGRÁRIA


O Estatuto da Terra foi assinado em 30 de novembro de 1964, destacando os direitos e deveres que envolvem políticas rurais para que a reforma agrária seja realizada no território brasileiro.


A reforma possibilita a redistribuição das terras rurais, se baseando na posse e no uso. Ou seja, na teoria, agricultores teriam acesso às propriedades inutilizadas, para produzir no local.


O advogado e coordenador do Programa Direito à Cidade, Luís Emmanuel explica os obstáculos em garantir esse acesso. “As maiores dificuldades são um histórico latifundiário, uma cultura colonialista e escravocrata, uma sociedade sem mobilidade social e cheia de privilégios para os mais ricos, uma economia com complexo de vira-latas. São muitas mesmo. O Brasil nunca teve um projeto de país soberano com uma sociedade autônoma e de vanguarda. Isso se reflete no acesso à terra, que é básico para muitos direitos fundamentais”, elucida.


Luís salienta que é fundamental ter esse direito assegurado. “Muitos direitos fundamentais dependem da terra para serem efetivados: memória coletiva, direitos culturais coletivos, sociais, laborais, econômicos, ambientais, o direito à cidade, o acesso à água potável, saneamento, circulação, direito à saúde. Sem acesso à terra, qualquer projeto de vida se torna muito acanhado”, expõe o advogado.


Organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, de ativismo político e social brasileiro, alerta e luta por esta pauta há anos. No vídeo abaixo Jaime Amorim, integrante da Direção Nacional do MST, discorre sobre pontos importantes para a causa.





Texto: Maria Clara Monteiro/Cendhec


Fontes:






 
 
 

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