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O desmonte da Saúde no governo Bolsonaro


Nessa quinta, 07, foi celebrado o Dia Mundial da Saúde, data criada pela Organização Mundial da Saúde (ONU), em 1948. Segundo a ONU, saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Mas como estar bem em um país que é governado pela promoção do negacionismo e genocídio da sua população?


Ainda no início do governo Bolsonaro, o presidente encerrou o programa “Mais Médicos”, criado em 2013, no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, e que supria a necessidade de atendimentos médicos nos municípios do interior do Brasil.


Para mais, tornou-se frequente os inúmeros ataques ao Sistema Único de Saúde (SUS) e a diminuição de investimentos na área. Como resultado, hospitais, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) estão sucateados: faltam remédios, profissionais qualificados e exames.


Os brasileiros, desassistidos pelo próprio governo, vivem com dificuldades emocionais, financeiras e estruturais. O que, afinal, Bolsonaro faz para mudar essa situação? Nos presenteia com diversos agrotóxicos, casos de corrupção e retrocessos ainda mais severos.


Segundo a reportagem do Brasil de Fato, o presidente vem batendo o próprio recorde quando o assunto é veneno na mesa. No primeiro ano do mandato, liberou 474 pesticidas. Em 2020, eram 493. Ano passado, aprovou 550 novos tipos. É melhor nem perguntar o que podemos esperar para 2022.


No final de 2019, o mundo voltava os olhos para o que, pouco tempo depois, transformaria todas as nações: a pandemia da Covid-19. O primeiro caso chegou ao Brasil em fevereiro de 2020. Enquanto a preocupação mundial era salvar a população, Bolsonaro ignorava as medidas de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS) e afirmava que tudo não passava de uma “gripezinha”.


Desrespeitou e debochou da dor das famílias enlutadas, quando disse que não havia nada a ser feito e que “não era coveiro”. Ainda mais, declarou: “Sou Messias, mas não faço milagre”. Quem dera exercer a função para a qual foi eleito fosse realmente um milagre, presidente.


Ademais, recomendou, como se tivesse propriedade do assunto, o tratamento precoce da doença, conhecido como Kit Covid. Nele, eram distribuídos remédios indicados para o tratamento de profilaxia e de ataques agudos de malária, e que não tiveram eficácia comprovada cientificamente. Quantos riscos a população esteve submetida graças a você, presidente?


Vale lembrar que a única saída para a Covid era a vacinação. Que, por sinal, chegou ao Brasil com muito atraso. Os cidadãos lutavam e pediam pela vacina. Estávamos cansados de perder pessoas queridas para o vírus. Fomos às ruas, mesmo com medo, porque a situação estava insustentável.


Em janeiro de 2021, após muita manifestação popular, a enfermeira Mônica Calazans, foi a primeira pessoa a ser imunizada, no Brasil. Mesmo assim, Bolsonaro estava empenhado em fazer a vacina não chegar para todos: editou medidas provisórias que destinavam R$ 20 bilhões para a compra do imunizante e afirmou que a compra da vacina seria “na casa da sua mãe”.


Até que em abril de 2021, foi instalada a CPI da Covid-19, com o objetivo de investigar as omissões e irregularidades de Jair Bolsonaro no combate à doença. Nos quase seis meses de trabalho, foi descoberto que a Pfizer, indústria farmacêutica estadunidense, enviou mais de 100 e-mails para o governo, na tentativa de negociar a venda das vacinas. Todas as formas de contato foram ignoradas, sendo assim, vidas, histórias e amores foram interrompidos pela negligência da administração do governo federal.


Ainda na CPI, investigou-se o suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. O valor superfaturado não batia com o preço negociado inicialmente. Dessa forma, chegou-se à conclusão de que o governo faturaria US$ 1,34 por dose. Ou seja, a vida dos brasileiros significava o ganho de, em média, R$ 5,00.


Após três anos de pandemia, o Brasil acumula mais de 661 mil mortes, que poderiam ter sido evitadas, caso não fossem as atitudes do presidente.


O Dia Mundial da Saúde reforça sobre as necessidades e as medidas de conscientização para proporcionar, verdadeiramente, o bem-estar da população. Na Constituição Federal de 1988, é garantido, no artigo 196, que a “saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”


Todavia, o Brasil caminha na direção contrária. No início do mês de abril, foi divulgado o reajuste de 10,89% nos preços dos remédios, autorizado pelo governo. A população, que mal sobrevive com o salário mínimo de R$ 1.212,00, e que lida com os constantes aumentos da inflação, da energia elétrica, da gasolina e dos alimentos, precisa se sacrificar, ainda mais, caso fique doente.


A elaboração de políticas públicas governamentais devem visar a saúde de forma segura. Para isso, garantir saneamento básico, emprego, moradia, lazer e transporte é, também, agir para proporcionar esse bem-estar.


CONVITE PARA LUTA:


Amanhã, 09/04, acontecerá uma mobilização nacional contra o aumento dos combustíveis. No Recife, a concentração será às 9h, no Parque Treze de Maio, localizado na Rua Mamede Simões, 111, no bairro Boa Vista, no centro da cidade. Faça uso da máscara e da higienização constante das mãos com álcool em gel.


A gente se vê lá para lutar por um Brasil melhor. E como cantou Chico Buarque, “apesar de você, amanhã há de ser outro dia”. Ainda bem.



Texto: Maria Clara Monteiro/Cendhec

Arte: Mariana Moraes/Cendhec

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