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Não há dúvida quando o outro lado é a morte, a fome e a violência


Foto/Reprodução


No dia 30 de outubro elegeremos a pessoa que irá representar o Brasil por quatro anos. Nós do Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social, enquanto organização que trabalha há mais de três décadas em defesa dos direitos humanos, apoiamos o presidente Luiz Inácio Lula Da Silva.


Sob o governo Lula, entre 2003 e 2011, o Brasil viu o crescimento da sua economia, experienciou a saída do mapa da fome e a criação de 15 milhões de empregos. Ao final do seu mandato, o petista passou a faixa com aprovação recorde: 80% dos brasileiros avaliaram positivamente a sua gestão. Ainda assim, nesta eleição 2022, o termo “polarização” está em alta, e muitos enxergam o voto como “uma escolha muito difícil”. Não é.


Em apenas quatro anos, o governo Bolsonaro deflagrou uma série de desmontes em direitos que já estavam consolidados. A educação foi a sua vítima mais recente. O Ministério da Educação teve R$ 2,4 bloqueados pelo governo federal. O valor representa 11,4% das despesas livres e afeta diretamente a qualidade de ensino. Estudantes poderiam ter acesso dificultado ao transporte, alimentação, internet, chip de celular e bolsas de estudo pela decisão. De acordo com nota da Andifes, que reúne os reitores das universidades federais, o corte poderia inviabilizar o funcionamento das instituições até o fim do ano. Após muita pressão popular, o bloqueio foi suspenso.


O prato vazio também é bandeira deste governo. Pela primeira vez, quase 60% das famílias brasileiras estão em situação de insegurança alimentar (Rede Penssan). Para comer, pessoas reviram lixo, disputam ossos e peles de frango. Porém, em entrevista recente, Bolsonaro afirmou que “fome pra valer, não existe”.


O atual presidente pouco fez para a proteção da vida de brasileiras e brasileiros. Durante a Pandemia, ignorou e combateu a vacinação o quanto pôde. Por causa da sua negligência, choramos a morte de 700 mil pessoas. Enquanto isso, fazia piada com a falta de ar, consequência da Covid-19. Respondia com “E daí?” e “Não sou coveiro, tá?”, ao ser interpelado por jornalistas.


O desemprego entrou nos lares. A taxa de desempregados dobrou na gestão de Bolsonaro em relação a governos petistas, aponta estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Nos últimos meses, Bolsonaro se vangloria do aumento de empregos gerados em nosso país, tem como “questão superada”. Porém, segundo o Dieese, no relatório "As contradições da melhora dos indicadores econômicos no Brasil", a maior geração de postos de trabalho ocorre nas modalidades por conta própria (sem CNPJ e sem contribuição para a previdência) e assalariado sem carteira (privado e público). São empregos sem estabilidade alguma, fruto da reforma trabalhista encorajada pelo presidente.


A polarização que vivemos é o desequilíbrio financeiro no nosso país. Enquanto muitos sofrem para pagar o combustível, uma vez que o diesel subiu 203% e a gasolina 170% sob Bolsonaro (de acordo com a Federação Única dos Petroleiros), os bilionários cresceram 48%. Enquanto famílias não sabem o que vão comer durante o dia, a família Bolsonaro comprou, de 1990 até aqui, 51 imóveis com dinheiro vivo; R$ 26,6 milhões em valor corrigido pelo IPCA.


Por mais que se coloquem contra a corrupção, ao menos 25 imóveis, adquiridos pelos filhos do presidente e suas ex-esposas, são investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e do Distrito Federal por fazerem parte das investigações sobre as “rachadinhas”. O Orçamento Secreto, criado durante governo Bolsonaro, autoriza a distribuição de verbas entre aliados do governo em troca de apoio político, sem qualquer transparência sobre o uso do dinheiro público. A proposta de Orçamento para 2023 traz R$ 19,4 bilhões para emendas de relato, de um total de R$ 38,8 bilhões reservados para emendas de parlamentares ao Orçamento. Para manter esta barra alta, o chefe de estado faz diversos cortes em políticas públicas, um exemplo é a redução da verba para Saúde, que encolheu em 59% a gratuidade nas farmácias populares.


A morte, a fome, a corrupção e a violência são cabos eleitorais de Bolsonaro. A desinformação é sua vice. Não podemos admitir mais 4 anos de sofrimento. A sua reeleição significa um golpe severo nos direitos humanos e em suas defensoras e defensores.


Queremos que a nossa “escolha muito difícil” seja qual o prato do jantar; qual turno escolar as crianças irão frequentar; para qual vaga de emprego podemos nos candidatar. Por enquanto a escolha está muito fácil, não podemos escolher o terror, não podemos escolher Bolsonaro.


Enquanto sociedade civil continuaremos, durante o governo Lula e em todos os outros que o sucederem, com a responsabilidade do controle social. Seremos críticas e críticos, cobraremos o cumprimento do seu plano de governo e do respeito aos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais nas políticas públicas. Mas, para que possamos fazer uma oposição séria, sem que as nossas vidas estejam ameçadas, precisamos garantir, primeiro, a nossa democracia. O voto tem que ser de esperança em um Brasil melhor. O voto tem que abrir portas para a mudança que tanto aguardamos e precisamos.

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