Muribeca: Filme de Camilo Soares e Alcione Ferreira, comunicadora do Cendhec, integra festivais
Foto: Shilton Araújo/Divulgação O filme “Muribeca”, primeiro longa de Alcione Ferreira, fotógrafa, artista visual e comunicadora do Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec), e Camilo Soares, jornalista, fotógrafo e professor de cinema da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), participa da seleção oficial de três festivais de cinema nacionais e internacionais entre junho e julho deste ano.
Após sua estreia na seleção oficial do FIDBA – Festival Internacional de Documentários de Buenos Aires, em 2020, o filme agora íntegra o 16° CINEOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, de 24 a 28 de junho; 6º SANTOS FILM FESTIVAL- Festival Internacional de Cinema de Santos, de 22 à 29 de junho; e GBIENNALE – Festival Internacional de Artes da Austrália – de 03 a 31 de julho.
Foto: Shilton Araújo/Divulgação O longa retrata como os moradores do Conjunto Residencial Muribeca sentem o apagamento da comunidade e quais os seus laços afetivos com a mesma. “Acreditamos que o cinema, por sua natureza icônica e indicial com a realidade e sua construção mental e afetiva, é um instrumento privilegiado para compreender o intricado processo da Muribeca atual, que reflete uma realidade global para a qual a lógica funcional mercantil se impõe sobre valores afetivos, ambientais, históricos e culturais”, aponta Camilo. “O cinema pode não apenas propor uma reflexão sobre esse processo de objetificação do mundo, mas também de instigar novas formas de sensibilidade; essa poderá permitir uma percepção mais humanizada, um sentimento de pertencimento, que são o início de uma força efetivamente política e construtiva”, completa Alcione.
Sem financiamento ou edital, este é o fruto de um “cinema de guerrilha”, que conta com o apoio da produtora Senda Filmes. “É nosso primeiro projeto na Senda Filmes junto com a produtora executiva Alba Azevedo. Os festivais de cinema são o começo do caminho para quem faz cinema independente. Estamos muito felizes em participar desses festivais”, diz Camilo. “Os festivais, tanto nacionais quanto internacionais, tem incorporado o longa nas suas seleções oficiais, percebendo a importância de mostrar essa história, que vai muito além de questões geográficas, estamos falando da luta pela validação do afeto como pressuposto fundamental na garantia da moradia, que é um direito humano inegociável”, afirma Alcione.
Cartaz: Ilustração Flavão / Design Gráfico Zianne Torres
Leia a sinopse
Diante da iminente transformação de seus lares em uma verdadeira cidade fantasma, moradores do Conjunto Habitacional Muribeca expressam a morte física de uma comunidade ainda viva nos sentimentos e na memória. O desaparecimento do bairro (em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco), devido a problemas estruturais, à especulação imobiliária e a um longo e turvo imbróglio entre moradores e órgãos responsáveis pela obra, é testemunhado a partir de resiliências e resistências, de paisagens afetivas e lembranças, que ora buscam abrigo na nostalgia, ora reacendem a chama resoluta da esperança.
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Fotos: Alcione Ferreira / Divulgação
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