Moradores de Vila Independência participam de ação de formação com o Cendhec
No final de outubro, os moradores da ocupação Vila Independência, localizada em Nova Descoberta, participaram de uma Ação de Formação. No encontro, promovido pelo Cendhec e que respeitou todos os protocolos de proteção contra a Covid-19, foram debatidos o direito à cidade, injustiça fundiária e estratégias de regularização fundiária e urbanística. Também foram realizadas atividades que tinham por objetivo discutir quais os desejos e necessidades daquele território na questão da habitação.
Recife é reconhecida como capital mais desigual do Brasil há 25 anos, e a RMR conta com o maior Índice de Vulnerabilidade Social - IVS (0,331) dentre as regiões metropolitanas analisadas pelo IPEA em abril. Quando o assunto é despejo, encontramos dados igualmente preocupantes, há pelo menos 6. 373 famílias despejadas no Brasil, destas, 320 famílias estão em Pernambuco. Outras 2.293 famílias vivem em constante insegurança e são ameaçadas de remoção no Estado.
Muitos dos que estavam presentes no encontro lutam há 20 anos por seu direito à moradia, quando a ocuparam pela primeira vez em Nova Descoberta. Dez anos depois disso, elas e eles foram retirados pela prefeitura sob a promessa de que ali seria erguido um conjunto habitacional. Após quase 11 anos, nada foi entregue. Nos lugares onde deveriam ser construídas residências, o poder público deixou apenas as bases. Estrutura que agora está sendo usada pelo povo, para construir, por conta própria, os seus lares.
Os habitantes de Vila Independência puderam conversar, também, com Wallace Silva, representante do Cooperativa Arquitetura, Urbanismo e Sociedade (Caus); Lúcia Siqueira e Ana Mirtes, da Poupança Comunitária, que falaram das suas experiências bem sucedidas na ocupação Ilha de Deus. Todos elogiaram bastante a organização e senso de coletividade de Vila Independência.
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