Insegurança Alimentar e soberania territorial são temas de encontro da Articulação Recife de Luta
Foto: Tarciso Augusto / Cortesia
Nesta quinta-feira, 11, foi realizado, via Zoom, o primeiro encontro do ciclo de debates da Articulação Recife de Luta, referentes à moradia no Recife e desafios. Proposta durante a última plenária, no dia 28 de Outubro, a sequência de debates quinzenais está definida para os meses de novembro e dezembro, com temas sugeridos até 2022.
O debate caminhou pela temática da insegurança alimentar nas comunidades recifenses, sobretudo durante a pandemia, e a soberania dos territórios. Além da importância da agricultura familiar e o papel das mulheres nas lutas territoriais. Sendo estas, motivadas pelas incisivas ações políticas do estado, que dificultam a posse das terras. Tratou, também, da ausência de políticas públicas e apoios governamentais para garantia do direito à cidade, logo, do direito à função social da propriedade e do direito à alimentação.
Na sessão, foi pontuado que o diálogo da Agricultura Urbana e Agroecologia é itensificado com a urgência e aumento da insegurança alimentar nos territórios, fruto também da política do agronegócio, que já era preocupante mesmo antes do período pandêmico. Com o aumento do desemprego e, consequentemente, da fome durante a pandemia da Covid-19, a agricultura urbana, que já era essencial, ganhou teor emergencial nas comunidades. Isso porque são uma alternativa para assegurar alimentação saudável às famílias mais carentes, com a criação de hortas comunitárias.
Mediado por Rud Rafael, o encontro contou com a presença de Rejane Pereira (Representante da Rede de Mulheres Negras e do Neabi Unicap - Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena), Sarah Marques (integrante do Recife de Luta e moradora da comunidade Caranguejo Tabaiares), Janja (Coordenadora Estadual do MTST, integrante da Articulação de Agricultura Urbana e Agroecologia e moradora da ocupação Aliança por Cristo) e Rosemere Nery (Educadora da FASE e integrante da Articulação de Agricultura Urbana e Agroecologia).
Plenária do dia 28 de Outubro
A plenária, via Google Meet, realizada no último dia 28, pela Articulação Recife de Luta, foi aberta ao público. A reunião, que tem sido um dos principais espaços de discussão em âmbito local, trouxe ao debate movimentações recentes referentes à luta pelo direito à moradia no Recife.
Um dos pontos debatidos na sessão foi o Projeto de Habitação de Interesse Social e seu impacto para moradores das comunidades. O PL está tramitando na Câmara de Vereadores do Recife. Além disso, a reunião tratou de projeto de lei que visa leiloar 13 imóveis de patrimônio público, em áreas consideradas “nobres” do Recife. Cristinalva Lemos, Assistente Social do Cendhec, participou da reunião e ressaltou que “A ‘Articulação Recife de Luta’ está pensando em estratégias para incidir sobre o tema e tentar constranger a prefeitura por estar leiloando a cidade”.
Cristinalva destacou a importância dos âmbitos de discussões na Articulação Recife de Luta. “É um espaço onde os diversos atores da sociedade civil organizada buscam dar visibilidade e voz às diversas questões sociais que se apresentam nas comunidades e que tem como um dos maiores violadores os gestores públicos. Além de buscar estratégias e ações de enfrentamento aos desmandos na perspectiva de fortalecimento das comunidades, visto que apenas as grandes construtoras são privilegiadas na execução da política”, pontua.
Comentarios