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Dia da Consciência Negra: uma a cada 4 meninas sofre preconceito na escola

Dado foi revelado em pesquisa realizada entre os meses de março a setembro de 2022,

pelo Cendhec, com apoio do Fundo Malala



Mesmo que neste 20 de novembro celebremos o Dia Nacional da Consciência Negra, ainda há muito o que se fazer para mudar esse cenário racista, misógino e machista presente no Brasil.

 

Na perspectiva de entender os efeitos das desigualdades de gênero na vida de meninas, principalmente na escola, o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec) desenvolveu, com apoio do Fundo Malala, uma pesquisa que mergulha nesse universo.

 

Foram ouvidas 438 estudantes do ensino fundamental II das redes de ensino municipal público do Recife, Camaragibe e Igarassu, e a grande maioria (78%) eram meninas negras e pardas. Na pesquisa, elas relataram que racismo, assédio, LGBTQIA+fobia, trabalho doméstico e falta de incentivo para a prática de atividades esportivas são alguns dos problemas enfrentados por elas.

 

Para além de lidar com as violências já marcadas, as crianças pretas e pardas sentem e vivem na pele uma outra realidade: o racismo e o preconceito diariamente. Ainda de acordo com a pesquisa, uma a cada 4 meninas sofre preconceito em ambiente escolar. Conforme o levantamento, 26,9% dizem terem sido afetadas por algum tipo de prejulgamento/repúdio em suas instituições de ensino. Das vítimas, 38,1% atribui a ação ao racismo: 27,1% por ter cabelo crespo/enrolado; 11,0% por ser negra.

 

Por essas razões, é difícil até para as meninas se reconhecerem como pessoas negras, como foi o caso da estudante Sarah Raquel, da Escola Evangelina Delgado, de Igarassu. “Depois que eu vivenciei esse projeto eu sou outra pessoa. Eu não me aceitava negra, por ter sofrido muito racismo, tanto na escola, como fora dela. Quando o projeto chegou, eu me aceitei. Hoje, eu digo com muito orgulho que sou uma pessoa negra”, revela a estudante.

 


A adolescente Peróla Canuto, da Escola Municipal Professor José da Costa Porto, do Recife, também participou do projeto e retratou a sua experiência. “Estou muito grata por estar representando todas as meninas trans e negras. É uma honra, porque o projeto me ajudou muito. Acho que depois de mim, vão vir mais garotas trans na escola. Foi revolucionário: eu consegui incluir meu nome social em alguns documentos da escola e da vida. Agora, eu enxergo um outro mundo, e vou lutar porque esse é meu direito”, declarou Pérola.


Sarah e Peróla estiveram presentes no Seminário “Meninas por uma Educação com Igualdade”, que aconteceu no dia 16 de novembro no auditório Dom Helder Camara, Bloco A, na Universidade Católica de Pernambuco. Na ocasião, foram divulgados os primeiros dados da pesquisa e as adolescentes representaram os demais estudantes da rede pública municipal e falaram sobre suas reivindicações e sonhos de futuro.

 

Para conhecer mais sobre a pesquisa e visualizar outros dados, acesse:


 

Assista o seminário na íntegra, no canal de YouTube do Portal Geledés: https://www.youtube.com/watch?v=4zBPSuxP5ps  


Texto: Maria Clara Monteiro/Cendhec

Fotos: Marlon Diego

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