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Dia da Amazônia e Dia Internacional da Mulher Indígena: 05 de setembro é sinônimo de resistência


O dia 5 de Setembro é demarcado como Dia da Amazônia e Dia Internacional da Mulher Indígena, no entanto, no Brasil a data tem um tom mais de luta do que de celebração, tendo em vista os retrocessos consequentes de irresponsabilidades e má gestão do atual governo do país. O dia caracteriza a resistência incessante da população indígena, especialmente de mulheres, que reivindicam direitos humanos historicamente violados.

 

No último dia 22, a Amazônia registrou a maior ocorrência de fogo em um período de 24 horas nos últimos 15 anos e o maior índice de desmatamento registrado entre agosto de 2021 e julho deste ano. O registro de 3.358 focos de queimadas, foi mais que o dobro que o recorde de 2019, segundo o satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo relatório “Violência contra os Povos Indígenas no Brasil”, produzido pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), com dados de 2021, “O desmatamento em terras indígenas provocado pelo garimpo aumentou para 23% em junho de 2020, de acordo com o sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais”.

 

Apesar de especialistas pontuarem que o desmatamento tem relação direta com estes incêndios, o atual presidente, Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista ao Jornal Nacional que parte das queimadas na Amazônia são provocadas por ribeirinhos. Em discurso na ONU, em 2020, também culpou os indígenas pela queimada no Pantanal.

 

O impacto humano e criminoso na região Amazônica, caracterizado com invasões de terras, desmatamento, degradação de florestas e ataques a populações que vivem nos territórios invadidos, vitimiza pessoas indígenas continuamente há centenas de anos. No último ano, no entanto, o cenário de violência se agravou. Segundo o relatório produzido pelo CIMI, com dados do ano passado, constatou-se que as invasões aumentaram pelo sexto ano consecutivo e foram registrados 176 assassinatos de indígenas. O relatório registrou 305 casos de invasões, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio.

 

Os ataques às terras e povos originários revelam uma camada de violência que tem como alvo mulheres e meninas indígenas. De acordo com a pesquisadora Jéssica Carvalho Guimarães, que escreveu sobre o Feminicídio no Estado de Roraima no contexto da pandemia de Covid-19, “a violência de gênero é agravada pelas atividades criminosas que ocorrem nos garimpo”. De acordo com relatório “Yanomami Sob Ataque: Garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo” divulgado pela Associação Hutukara, em abril de 2022, o garimpo cresceu 46% em 2021, e a população Yanomami foi a mais afetada. Segundo o documento, relatos indicam que garimpeiros estão explorando mulheres e crianças indígenas.

 

Na 2ª Marcha Nacional de Mulheres Indígenas, em 2021,mulheres originárias denunciaram na Câmara dos Deputados, violações étnicas e de gênero. Neste ano, acontece a “Jornada: Caravana das Originárias”, com o intuito de fortalecer, acolher e refletir sobre a importância dos territórios originários do país. Anunciada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade(ANMIGA), a jornada pauta temas como: mudanças climáticas e reflorestamentos; Formação sobre Violência baseada em gênero e violações de direitos contra as Mulheres Indígenas dos territórios e fora dos territórios; Articulação das Redes de apoio às mulheres vítimas de violência de gênero. Saiba mais acessando as redes da Articulação.

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