Com cursos e ajudas humanitárias, Cendhec protege direitos de crianças e adolescentes

Na última sexta-feira, dia 16, o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social realizou doação de cestas básicas para famílias no Bairro do Pina, na Zona Sul de Recife, atendidas pelo Centro. As cestas, concedidas pela Freedom Fund, foram entregues após a facilitação da oficina "Diversidades e Feminismos" com os adultos.

A oficina faz parte do curso “Fortalecendo direitos e sonhos: educação popular e participação social para o combate à violência sexual e doméstica infanto-juvenil”, iniciativa do projeto Teia de Proteção, do Cendhec, apoiado pela instituição alemã Kindernothilfe, em uma parceria para garantir direitos da Criança e do Adolescente. De Agosto a Novembro, representantes do Centro ministram reuniões com crianças, adolescentes e famílias do Pina e Brasília Teimosa, que pautam a proteção às violências doméstica e sexual contra o público infanto-juvenil.

Entre os temas do encontro está a proteção nas mídias sociais, que alerta para a importância de diferenciar a fantasia da realidade, além de debater tipos de violência e as formas que se apresentam na internet para os mais jovens, desse modo, contribuindo para prevenção, identificação e denúncia de sinais de assédio.

Os adultos também participam, no intuito de fortalecer a rede de apoio coletiva e conscientizar sobre os perigos existentes no meio digital. O debate sobre notícias falsas e os riscos da propagação sem checagem prévia foi adicionado ao encontro com as famílias.

A psicóloga do Cendhec, Luanna Cruz, facilitadora das oficinas, explica que além das temáticas pautadas, as famílias também passam por um momento de autocuidado. "O primeiro encontro foi sobre autocuidado, saúde mental e saúde emocional, no qual as famílias tiveram um momento de poder compartilhar sobre como é estar nesse papel de cuidadoras e puderam refletir também como seria o investimento e essa função de cuidar de si mesmo. Pensando aí sua saúde mental, saúde emocional, como lidar com as suas angústias, com suas emoções e como isso interfere no cuidado com as crianças", explica.

Como uma reflexão crítica sobre os papéis impostos pela sociedade, outra esfera dos direitos foi abordada na oficina "Diversidades e Feminismos". As crianças tiveram acesso ao debate sobre a importância da igualdade de gênero na infância, sendo assim, a não separação entre brinquedos, cores e tarefas, além da conscientização da liberdade do corpo e voz dos meninos e meninas nos diversos espaços sociais. Também foi um destaque da conversa, o empoderamento feminino e o quanto a violência contra a mulher está presente a partir do machismo. Luanna conta que o debate sobre diversidades explicou tanto sobre orientação sexual e identidade de gênero, como também a sigla LHBTQIA+. "A gente também falou sobre educação sexual, sobre a importância de falar sobre os nossos sentimentos, falar sobre o corpo, nos proteger de situações de invasão, de violência, respeitar as diferenças, com as crianças", pontua.

A mesma temática foi debatida com os adultos no último encontro. Além de pautar questões de diversidade e igualdade, a oficina "Diversidades e Feminismos" abordou as formas que o machismo e o patriarcado estão impostos, refletindo os comportamentos e falas no cotidiano. Desse modo, Luanna também evidenciou aspectos que envolvem a violência contra mulher, luta por direitos e grupos minoritários. As famílias também contaram com explicações referentes a identidade de gênero e orientação sexual, com o enfoque em fortalecer um discurso de amor, respeito e direitos.

Os encontros contribuem com a democratização do acesso à informação como ferramenta de luta por direitos. Participam do Curso 15 Crianças, 20 adolescentes e 35 famílias, residentes dos bairros citados acima. Os participantes foram indicados pelas organizações comunitárias do território, como o Projeto Criança Urgente (PROCRIU), Instituto de Assistência Social Dom Campelo (IASDOC), Livroteca, Coletiva Cabras e Coletivo Pão e Tinta e Turma do Flau.