Com crianças e adolescentes do MTST, Cendhec aborda combate à violência e exploração sexual
Iniciativa busca debater e incentivar a autoproteção de meninas e meninos
Neste sábado, dia 03 de dezembro, o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social realizou uma oficina sobre como prevenir, identificar e denunciar violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes. O encontro aconteceu na ocupação 08 de Março, em Boa Viagem, das 9h às 12 horas. As atividades foram destinadas a 40 crianças e adolescentes, e facilitadas pela equipe multidisciplinar Teia de Proteção, projeto desenvolvido pelo Cendhec, que conta com advogadas, psicóloga e assistentes sociais.
“Essa ação é uma parceria do Cendhec no fortalecimento dos movimentos sociais. Ela é importante na perspectiva de trabalhar o autocuidado e a dimensão de gênero, principalmente na prevenção de violações, especificamente domésticas e sexuais”, explica a coordenadora de projeto e advogada do Cendhec, Juliana Accioly. Para que o tema sério fosse compreendido da melhor maneira, a manhã foi dividida em dois momentos. Das 9h às 10h30, as crianças tiveram contato com o assunto de forma lúdica; das 10h30 ao meio dia, adolescentes fizeram a sua imersão.
A necessidade de discutir a temática se dá pelo cenário de risco que meninas e meninos vivem em nosso país. Segundo dados do Disque 100, estima-se que 70% das vítimas de estupro no Brasil são crianças e adolescentes. A maior parte deste contingente possui entre 7 e 14 anos. Estamos entre os primeiros no ranking internacional sobre exploração sexual deste grupo. Foram 175 mil casos entre 2012 e 2016. De 2020 para 2021, de acordo com Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estupro de vulnerável subiu de 43.427 para 45.994. Destes, 35.735, ou seja, 61,3%, foram cometidos contra meninas menores de 13 anos. “Nesta oficina, falamos sobre como identificar sinais de violência; a reconhecer os limites do próprio corpo; o que pode, e o que não pode ser feito, com elas e eles; mostrar como pedir ajuda e a quem recorrer”, diz Luanna Cruz, psicóloga do Cendhec. “A ideia é trazer informações, para que elas possam estar seguras”.
Para Ísis Thayzi, uma das líderes do MTST, esse momento é relevante para meninas e meninos que vivem em ocupações. "Falar sobre violência e exploração sexual é um dever de toda sociedade e nós, enquanto movimento social, não podemos ficar alheios a isso. Nossa luta não é apenas por moradia, mas por uma vida digna e a construção de uma nova sociedade, o que perpassa ser contra todas as formas de violência e opressão. Só através da educação e da conscientização poderemos identificar, prevenir e cuidar das nossas crianças e adolescentes", pontua.
Sobre o Teia de Proteção
O Projeto Teia de Proteção é realizado pelo Cendhec, com financiamento da instituição alemã Kindernothilfe, há mais de 5 anos. Com ele, o Centro busca debater, de forma lúdica, sobre autoproteção e o enfrentamento das violências sexuais e domésticas.
Em oficinas, dinâmicas, cursos e rodas de conversa, assistentes sociais, advogadas, psicóloga e demais integrantes do centro promovem uma escuta ativa de crianças, adolescentes, famílias; além de fortalecer organizações comunitárias e/ou parceiras; profissionais da Rede de Proteção.
Para incentivar esta e outras ações, doe para o Cendhec:
Pix: CNPJ. 245.417.305/0001-61
Dados bancários:
Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social
Banco 237 – Bradesco S.A.
Agência: 1230-0
Conta Corrente: 39630-3
Código Iban: BR86 6074 0123 0000 0396 303c 1
Código Swift: BBDEBRSPRCE
CNPJ. 245.417.305/0001-61
Texto e fotos: Mariana Moraes/Cendhec
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