Cendhec realiza oficinas com crianças, adolescentes e mulheres da comunidade do Bode, no Pina
Foto: Cendhec / Divulgação
O Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social, em atividade do Projeto Teia de Proteção, realizou nesta semana uma série de oficinas pedagógicas com crianças, adolescentes e mulheres moradoras da Comunidade do Bode. A ideia é tratar, de forma lúdica, noções de autoproteção e educação sexual, afim de identificar e combater abusos contra meninas e meninos e mitigar violência doméstica.
Devido ao avanço da Covid-19, as reuniões com as crianças foram ministradas para público reduzido e cumprindo o distanciamento social. Ao todo, 15 meninas e meninos participaram, divididas/os em dois grupos, e com uso obrigatório de máscaras e álcool em gel. “Abordamos os impactos da pandemia nas suas rotinas, falamos sobre a importância do autocuidado, incentivando a autonomia das crianças e dos adolescentes enquanto sujeitos ativos e atuantes na dinâmica de autoproteção”, relembra a psicóloga Luanna da Cruz, integrante do Programa Direitos da Criança e do Adolescente do Cendhec. “Me chamou atenção a necessidade da fala, da companhia de outras pessoas, não só de adultos, mas de outras crianças também. Este é um público muito afetado pela pandemia”, pontua a pedagoga Rosângela Coelho, também do DCA.
Por segurança sanitária, os encontros com adolescentes e adultos precisaram acontecer de forma online, pelo Google Meet. “A adesão dos adolescentes foi muito interessante. Também falamos sobre o conceito do autocuidado, mas com outra metodologia, através de músicas para refletir. Também nos chamou atenção a busca delas e deles por espaços de fala. Desta forma, tentamos proporcionar a autonomia, deixar que elas e eles ocupassem os espaços de fala para que, mesmo em um momento online, pudéssemos oferecer uma escuta atenta”, comenta Rosângela.
Patrícia Naiara, Assistente Social do DCA, acompanhou a oficina destinada aos responsáveis pelas crianças e adolescentes. “Começamos o encontro falando sobre a necessidade de termos cuidados no que tange a pandemia. Ouvimos um pouco sobre como cada família está enfrentando essa questão, quais as suas dificuldades, quais são as formas que elas estão se organizando pra poder se cuidar diante da falta de recursos para adquirir álcool em gel ou até mesmo a compra das máscaras”, explica. “Elas falaram muito a respeito da questão econômica e da sobrecarga emocional. Teve uma fala muito interessante de Natália, uma das mães, que disse que no meio dessa pandemia foi bem complicado cuidar de criança pequena, cuidar da casa. Ela tirava sua renda da praia com a venda de empadas, mas a praia foi interditada. O marido era marceneiro, também não podia entrar na casa das pessoas. Foi muito difícil pra eles todos. Ela acabou que tendo uma paralisia facial, tamanho estresse que passou”.
São nestas escutas que as reais necessidades e obstáculos aparecem, são estas falas que proporcionam material para o desenho de novos projetos, ações e de políticas públicas, no intuito de diminuir desigualdades sociais. “Elas queriam falar da vida, queriam falar das perdas dos seus entes queridos também. Houve momentos que a gente visivelmente se emocionou. Percebemos que essa demanda do cuidado era algo bem evidente”, diz Patrícia. “Depois passamos um vídeo e uma música, Triste, Louca ou Má, que falam um pouco dessa questão de gênero. Falam sobre a sobrecarga das mulheres, da importância de não assumir esse papel de supermulher, de sermos gentis conosco e nos enxergarmos como pessoas que precisam de cuidado e não só pessoas que cuidam. Acabou que a oficina se estendeu por mais meia hora, por conta dessa necessidade de fala que a gente percebeu.”
Esta é uma ação financiada pela instituição alemã Kindernothilfe e realizada em parceria com o Instituto de Assistência Social Dom Campelo (IASDOC). Para que mais atividades sejam executadas em prol de crianças, adolescentes e famílias moradoras de assentamentos, doe para o Cendhec, organização não governamental sem fins lucrativos que há 31 anos defende e promove direitos a grupos socialmente excluídos.
Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social
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