Cendhec realiza abertura do auditório Luis Tenderini, em homenagem ao sócio-fundador do Centro
Nesta sexta-feira, dia 05 de agosto, o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social realizará uma cerimônia de homenagem e a abertura do auditório Luis Tenderini, defensor dos direitos humanos, sócio-fundador e conselheiro diretor do Cendhec, que se encantou no dia 01 de julho, aos 79 anos.
A solenidade iniciará às 17h, na sede da organização, localizada na Rua Galvão Raposo, 295, Madalena. Família, amigos e parceiros de caminhada de Tenderini irão rememorar as importantes contribuições do ativista italiano para a construção de uma sociedade mais justa. Com música e momentos de acolhida, o evento contará com a benção da Iyágbàsse Vera Baroni e do Monge Marcelo Barros.
Acompanhe on-line pelo canal do IDHEC: https://www.youtube.com/watch?v=oTgjeSXNjJM
Legado
Nascido em 22 de janeiro de 1943, na comuna de Premana, na Itália, Luigi Tenderini ou Luis Tenderini, como preferia ser chamado, atravessou o Atlântico aos 25 anos e chegou ao Brasil, país que seria palco da sua luta em prol dos direitos humanos.
Ao desembarcar, Tenderini ambicionava continuar seu caminho de formação para sacerdote, caminho que foi modificado ao tomar ciência de que o Ato Institucional N° 5, um dos mais severos golpes da ditadura civil-militar, havia sido decretado. Pelo seu compromisso com o Evangelho e preocupação com os mais pobres, abraçou a justiça social e se prontificou a combater a opressão.
O italiano tornou-se metalúrgico, aderiu aos movimentos sindicais e populares, e participou dos movimentos operários católicos, assessorados por Dom Paulo Evaristo Cardeal Arns, embriões da Teologia da Libertação no Brasil e na América Latina. Devido ao seu posicionamento, Tenderini foi sequestrado, preso e torturado, no DOI-CODI de São Paulo.
Mesmo assim, o ativista não se deixou fraquejar. Em Pernambuco, ao lado de Dom Helder Camara, amplificou vozes contra o regime, tendo participado e presidido, a convite do Bispo dos Pobres, a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese do Recife. Em março de 1989, após denunciar na imprensa local a ação dos grupos de extermínio (esquadrões da morte), Luis sofreu outro sequestro e foi novamente torturado.
Tenderini espalhou sementes, sendo um dos fundadores do CENAP (Centro de Educação Popular do Nordeste), do CENDHEC (Centro de Estudos Dom Helder Câmara) e o Trapeiros de Emaús Recife, uma das 400 comunidades Emaús espalhadas em 40 países do mundo.
Luis recebeu, da Presidência da República Italiana, o reconhecimento “Estrela da Solidariedade” e a honorificência de cavalheiro. Pelo Trapeiros de Emaús, obteve o Título de Utilidade Pública Municipal, concedido pela Câmara de Vereadores do Recife, a Medalha João Alfredo, do Tribunal Regional do Trabalho e a Medalha Leão do Norte, Mérito Ambiental, da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.
“Eu tive o privilégio de conviver com Dom Helder durante cinco anos, no dia a dia da Igreja das Fronteiras. Era um privilégio e uma responsabilidade. Ao conviver com ele, aprendi o respeito com a pessoa humana, seja ela qual for. Aprendi sobre a luta contra a miséria e injustiça. Aprendi a lutar pela paz, não somente na cidade, mas no mundo inteiro. Sou muito grato a ele, e vivo esses aprendizados como a responsabilidade de continuar trabalhando nesta mesma linha. O Cendhec é um espaço para isso, para continuar lutando na defesa dos Direitos Humanos e na defesa da justiça e da paz. É o grande legado que nos deixou Dom Helder”, disse Luis Tenderini, durante entrevista para o Cendhec em março de 2021.
Serviço:
Cerimônia de homenagem - Abertura do auditório Luis Tenderini
Horário: 17h
Local: Rua Galvão Raposo, 295, Madalena
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