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Cendhec e jovem de Vila Independência participam da Conferência Popular pelo Direito à Cidade, em SP


Representando o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social durante a Conferência Popular pelo Direito à Cidade, a assistente social Cristinalva Lemos viajou até São Paulo com Carolaine Nascimento, de Vila Independência, ZEIS localizada em Nova Descoberta. A adolescente, de 17 anos, é uma das jovens que participa da formação política fornecida à comunidade, realizada pelo Centro.


O evento aconteceu entre os dias 3, 4 e 5 de junho, com a presença de mais de 600 movimentos sociais, lideranças e organizações nacionais defensoras da terra e da cidade, reforçando o debate da luta pela moradia. No primeiro dia, além do credenciamento, foi realizada a Marcha Popular pelo Direito à Cidade, no Largo do Paissandu. Logo em seguida ocorreu a abertura oficial, na Faculdade de Direito da USP. No sábado, dia 4, foram realizadas oficinas com diferentes temáticas em várias localidades na cidade de São Paulo, a intenção era revisar, diminuir ou acrescentar propostas para a construção de uma plataforma de lutas populares pelo direito à cidade. O último dia foi marcado pela apresentação e aprovação do documento final da Conferência, o qual requeria uma agenda de luta em defesa de cidades mais justas e inclusivas.


“A conferência foi muito rica, potente do ponto de vista organizativo, cheio de esperanças, forças para continuar na luta tão necessária, vencer desafios. Se faz indispensável a continuidade dessa articulação após a divulgação da carta, para que juntos/as possamos fortalecer uns aos outros, fortalecer a luta por direitos, por cidades mais justas, democráticas e plurais, agregando todos e todas que vivem nela”, comenta Cristinalva.


Carolaine, que fez sua primeira viagem de avião e primeira visita à São Paulo para ir ao evento, achou a experiência transformadora. "Foi tudo muito novo, nunca fui a uma conferência assim, foi a primeira vez e me impressionei. O que me chamou mais atenção foi a oficina, ver as pessoas debatendo as propostas e colocando os assuntos que faltavam no documento foi muito legal. Eu amei toda a viagem, a marcha foi linda, a plenária final também. Uma experiência única", comenta a adolescente.





Discutir cidades para salvar vidas


Na Região Metropolitana do Recife milhares de moradores estão desabrigados dado os efeitos de fortes chuvas, enchentes e deslizamentos de terras, consequência da má gestão governamental, sobretudo em referência à infraestrutura e saneamento básico. A luta pela moradia se faz cada vez mais necessária e urgente para milhares de famílias no país e no estado.


Esse cenário não deveria ser novidade. De acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU), Recife é a capital brasileira mais ameaçada pelo avanço do nível do mar. Quando consideramos todo o planeta, ocupamos o 16º lugar neste ranking. Somos a capital mais antiga do país, e temos a maior parte do nosso território submerso. Estes são fatores climáticos que deveriam estar no radar de todas aquelas e aqueles que planejam e dirigem a cidade.


Durante a conferência o meio ambiente e adaptação à crise climática forma assuntos abordados. Além deles, durante os três dias de evento, foram debatidas propostas voltadas para a moradia popular, saúde e saneamento, lutas contra opressões de gênero e LGBTQIA+fobia, direitos dos povos originários, mobilidade e acessibilidade, lutas antirracistas e contra o capacitismo, pelo acesso a equipamentos culturais, dinamização de atividades artísticas e esportivas, pela cidadania das pessoas jovens e idosas, pelos direitos da população em situação de rua, por trabalho e renda e pela democracia urbana.

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