28 de Junho: Respeitar a diversidade é respeitar a vida
Junho, mês do orgulho LGBTQIA+, foi marcado por diversos ataques à vida e aos Direitos Humanos desta população.
Foto: Reprodução / Pixabay
Em Pernambuco, que está entre os 10 estados que mais mata transexuais e travestis, de acordo com o Dossiê dos Assassinatos e da violência contra Travestis e Transexuais no Brasil (2020), feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA) e Instituto Brasileiro Trans De Educação (IBTE), Roberta Nascimento da Silva, mulher de 33 anos, teve 40% do seu corpo queimado em um ataque transfóbico. A vítima foi surpreendida na madrugada do dia 24, no Cais de Santa Rita, Zona Central do Recife, por um jovem que jogou um líquido não identificado e ateou fogo em seguida. Roberta foi violentada mais uma vez quando chegou ao hospital da Restauração, onde não respeitaram seu nome social e a colocaram na ala masculina. Ontem, ela precisou ter seu braço amputado e o seu estado de saúde ainda é grave.
Na televisão, Sikêra Júnior usou da sua audiência e influência para destilar homofobia e discurso de ódio em rede nacional. Pelo menos 74.987 domicílios brasileiros, estimativa do Ibope recolhida em janeiro de 2020, ouviram o apresentador chamar homossexuais de “raça desgraçada” e sugerir que os mesmos praticam pedofilia. Mesmo denunciado à Justiça pela Aliança Nacional LGBTQI+, continua propagando fake news em suas redes sociais.
A esperança em um futuro diferente e uma geração mais respeitosa bambeia quando tomamos conhecimento sobre uma escola que prega homofobia em suas redes sociais e para os seus alunos. Se intitulando uma escola cristã, a instituição, localizada em Aldeia (PE), se afasta das lições de respeito que devem ser guias para sua religião e planta sementes de ódio naqueles que ainda estão conhecendo o mundo. Ao dizer que um comercial que cita relacionamentos homoafetivos “ataca crianças” e demonizar este tipo de amor, a escola ajuda a perpetuar ataques à comunidade LGBTQIAP+ como os que foram feitos à Roberta e disparados pelo apresentador Sikêra Júnior.
Este é um ciclo que precisa ser quebrado. Respeitar os gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e assexuais é respeitar Direitos Humanos, é respeitar a vida. O ódio precisa ser mitigado, para que tenhamos uma sociedade realmente justa e democrática; para que LGBTQIA+ tenham mais acesso a saúde, educação e lazer; para que junho seja um mês de celebração e não de luto. O Cendhec espera que hoje, mais do que nunca, possamos propagar amor e justiça, primeiros passos para um futuro melhor.
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