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Publicação revela como lacunas nas políticas públicas afetam crianças, adolescentes e jovens da RMR


Nesta quarta-feira (12), o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec) e o Instituto Papai lançarão a publicação Linhas Cruzadas - um mapeamento das principais demandas das crianças, adolescentes e jovens da Região Metropolitana do Recife. O público abordado pelas escutas tinha entre 04 e 24 anos de idade e falaram sobre violência, convivência familiar e comunitária, sustentabilidade, identidade de gênero, direitos sexuais, direitos reprodutivos, racismo e participação política.


O resultado do processo demonstrou, por um lado, uma considerável consciência das meninas e meninos em relação às problemáticas que os atingem no cotidiano, e por outro, graves lacunas em termos de políticas sociais que assegurem seus direitos. O lançamento da publicação e a apresentação dos dados serão realizados no auditório do Sindicato dos Servidores Públicos de Pernambuco, na Boa Vista, a partir das 8h.


As escutas envolveram um universo de 226 crianças (entre 04 e 11 anos), 97 adolescentes (entre 12 e 17 anos) e 97 jovens (entre 18 e 24 anos) e aconteceram ao longo do ano de 2016. A metodologia aplicada para a coleta das percepções de cada grupo foi variada, considerando as especificidades etárias. Todos os garotos e garotas eram/são estudantes da rede pública de educação e moradores de áreas onde existe profunda vulnerabilidade social. O levantamento das informações sistematizadas na publicação advém, então, de moradores/as das zonas norte e sul do Recife (priorizando-se as áreas onde se localizam as Zonas Especiais de Interesse Social), Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Olinda, Igarassu e Goiana.


"Às vezes temos a intenção de fazer o melhor para as outras pessoas. Mas, sem perguntamos o que é que elas querem, desejam, ou pensam em relação ao melhor para as suas vidas. Se fazemos isso com os adultos, em relação às crianças, adolescentes e jovens é bem pior, achamos que sabemos e falamos por esse população, quando na verdade estamos impondo nossa vontade e isso vai contra o que defendemos como democracia. Esse processo de escuta deixou muito evidente que essas populações sabem o que afeta a vida deles, são conscientes sobre o que querem. Também mostrou o quanto os gestores e políticos falham ao não escutar essas populações, pois dialogar com a população é um ato de democracia e a escuta é o grande exercício da cidadania!", afirma Sirley Vieira, do Instituto Papai, uma das organizações responsáveis pela publicação.


A opinião é ratificada por Ricardo Oliveira, coordenador do Cendhec, outra organização responsável pela pesquisa. "A experiência vivenciada com as escutas de crianças, adolescentes e jovens que originou a publicação Linhas Cruzadas, foi extremamente significativa e consolidou nosso entendimento no Cendhec, da capacidade de percepção e análise das crianças e adolescentes, público específico de nossa ação nesse projeto, demonstrando o quanto é fundamental a garantia da participação efetiva nas diversas ações e atividades que trate dos seus direitos, principalmente na elaboração de diagnósticos, de projetos, de programas e de políticas públicas direcionadas a crianças e adolescentes. Eles e elas falam muito bem e com propriedade de como percebem a realidade, de como ela os atinge e do que seria melhor. Em síntese, podemos dizer que esta publicação rompe com a perspectiva adultocêntrica e materializa o que preconiza a Convenção Internacional dos Direitos das Crianças, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto da Juventude através das escutas e das falas do referido público, enquanto verdadeiros sujeitos de defesa de seus direitos", afirma.


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